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» » » » » REGIÃO | CORRUPÇÃO - Gaeco faz busca e apreensão em Londrina e Arapongas contra corrupção na Receita Estadual

O Gaeco também cumpriu mandados de busca e apreensão em outras cidades da região, como Arapongas e Rolândia.
Pelo menos 30 mandados de busca e apreensão são cumpridos, diz o MP.
Do G1 PR, em Londrina - 05/03/2015

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) realizou nesta quinta-feira (5) uma operação contra supostos casos de corrupção envolvendo servidores da Receita Estadual em Londrina, no norte do estado. De acordo com o promotor Renato de Lima Castro, foram cumpridos pelo menos 30 mandados de busca e apreensão em vários locais, inclusive na sede da Receita Estadual na cidade. A operação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).


 “São investigados auditores fiscais e o enriquecimento destes auditores. Também existe uma investigação de lavagem de dinheiro, querdizer, um sucessão de empresas que estavam sendo utilizadas por essas pessoas para aparentar legalidade da origem desse enriquecimento”, diz o promotor.

Computadores e documentos foram encaminhados para a sede do Gaeco para serem analisados. O Gaeco também cumpriu mandados de busca e apreensão em outras cidades da região, como Arapongas e Rolândia.

"Os mandados são cumpridos em uma série de endereços de empresas e residências para arrecadar o máximo de documentos possíveis. e verificar uma suposta organização criminosa que lava todo o seu dinheiro em decorrência de eventuais propinas", explica Castro.

Ainda conforme o promotor, essa operação é um braço da investigação sobre o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza. No dia 15 de janeiro, o Gaeco fez a apreensão de vários bens na casa do servidor, que foi preso dois dias antes em um motel da cidade com uma adolescente de 15 anos. Durante a prisão foram encontrados com o servidor mais de R$ 20 mil em dinheiro.

Na casa de Souza os policiais apreenderam três carros de luxo, e encontraram cerca de R$ 25 mil em joias e vários objetos de alto valor, segundo o Gaeco. Os bens do auditor foram bloqueados pela Justiça a pedido do MP-PR.

Após a prisão do auditor no motel, o MP-PR iniciou investigações que levaram à prisão outras sete pessoas, entre elas um ex-delegado da Receita Estadual e outro auditor fiscal, todos por suposto envolvimento no esquema de exploração sexual de menores.

Souza está preso na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II) por favorecimento à prostituição de menores e por estupro de vulnerável. O responsável pela defesa do auditor fiscal Luiz Antonio de Souza não foi encontrado pelo G1 até a publicação desta reportagem.

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o auditor fiscal da Receita Estadual, Orlando Aranda, foi preso preventivamente suspeito de favorecimento à prostituição de menores e estupro de vulnerável, por manter relações com uma adolescente de 13 anos.

Também foram presas preventivamente duas mulheres, suspeitas de aliciamento de adolescentes para esses programas sexuais.

Um quarto mandado de prisão foi protocolado contra o também auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que está preso desde o dia 13 de janeiro na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II). O novo pedido de prisão para Luiz Antônio de Souza, segundo o Gaeco, também é pela suspeita de estupro de vulnerável.

“É um desdobramento das investigações que já vem acontecendo. Surgiu um novo fato dando conta de que os dois suspeitos, usuários, e as duas suspeitas, aliciadoras, intermediaram programas entre os usuários com uma adolescente de 13 anos, à época dos fatos. Caracteriza não só o favorecimento à prostituição, mas também o crime de estupro de vulnerável, tendo em vista que uma adolescente menor de 14 anos participou do fato”, explica o delegado do Gaeco em Londrina, Ernades Alves.

Ao G1, o advogado de Orlando Aranda, Matheus Vergara, negou que o auditor fiscal tenha qualquier envolvimento com o caso. "É uma pessoa íntegra, acima de qualquer suspeita. Ele é inocente, e não há qualquer ligação dele com isso", diz Vergara.

Cinco pessoas já foram presas
Luiz Antônio de Souza foi preso ao ser flagrado pelo Gaeco em um motel da cidade com uma adolescente de 15 anos. Por esse flagrante, o auditor responde por favorecimento à prostituição de menores. A irmã da vítima, Carla de Jesus, também foi presa suspeita de aliciar o programa sexual pelo valor de R$ 2,5 mil.

Além do auditor e a suspeita de atuar como aliciadora, outras três pessoas foram presas anteriormente por favorecimento à prostituição de menores: o fotógrafo e ex-assessor do governo do estado Marcelo Caramori, o ex-delegado da Receita Estadual José Luiz Favoreto Pereira e o policial civil Jeferson dos Santos. Todos estão presos preventivamente por ordem judicial.

Novas denúncias
Na segunda-feira (2), o Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou à Justiça mais quatro denúncias criminais sobre o caso. Todas são contra os quatro homens já presos. Eles foram denunciados por favorecimento à exploração sexual de adolescentes de 14 a 17 anos. Ao todo, segundo o MP-PR, eles tiveram envolvimento com dez adolescentes.

Caramori e Souza foram denunciados também por estupro de vulnerável, por suposto envolvimento com adolescentes de 13 anos.

Há outros quatro processos em andamento na Justiça para apurar casos de favorecimento a prostituição de menores e estupro de vulnerável.

De acordo com a promotora Suzana de Lacerda, mais de 20 vítimas foram identificadas até agora. “Algumas foram vítimas de mais de um dos denunciados, uma vez que eles trocavam informações e telefones dessas vítimas e ofereciam aos amigos essas garotas, como se elas fossem efetivamente mercadorias. Já passamos de 20, e temos uma listagem enorme em identificação”, diz a promotora.
O reponsável pela defesa do auditor fiscal Luiz Antonio de Souza não foi encontrado pelo G1 até a publicação desta reportagem. O advogado de Marcelo Caramori também não foi localizado para comentar sobre o caso.

O advogado de José Luiz Favoretto Pereira, Rafael Garcia, nega que o cliente tenha tido qualquer envolvimento ou relacionamento com adolescentes. Já o policial foi afastado do cargo pela Polícia Civil, e responde a processo administrativo disciplinar junto à Corregedoria Geral da Polícia Civil.

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